27 de set. de 2016

O Poeta encerra o inverno. Em meio a fumaça e as cores de Setembro. A Primavera que entope o nariz Dele, agora liberta parte do peito apertado pelo inverno.
Ele vai até o cachimbo, reabastece e acende com isqueiro que estava perdido no bolso da calça. As poesias voltaram para a ponta dos dedos, enquanto Ela rega os sorrisos bobos do Poeta. alguns fios ruivos pendem da barba para cima da máquina de escrever. Agora que eles ocupam a casa toda; não só alguns espaços das roupas e do corpo Dele.
O Poeta segue apaixonado pela Musa dos cabelos cor de fogo, mas ainda mais apaixonado por seus planos e devaneios.
Agora Ele acredita que o amor também foi feito para Ele.

3 de jun. de 2016

O Poeta acordou com o sol. Não conseguia respirar e os sonhos não eram bons presságios; aquela intuição de sua algo aconteceria. Ele sente, sempre foi um maldito sentimental que se deixa levar pelas sensações muitas vezes inventadas dentro da mente difusa Dele mesmo.
O ar oprime, sem chão Ele sabe que a sensação não irá embora sozinha; jamais aprendeu a pedir ajuda.
O Poeta se fez sozinho, suas curas ou seus venenos, sempre foi Ele por Ele.
Mas quando o mundo gira a casa e o coração não são mais solitários, mas Ele não sabe pedir ajuda e sofre até a explosão.
O Poeta explode e dói ver outras pessoas magoadas, a dor vira o rosto para as poesias e Ele só joga dentro da pilha de papéis ja escritos. A maioria amassada pelas próprias mãos dele; em todas o traço da mesma dor sem cura. O pouco alento vem do sorriso que tenta cura-lo; apenas existindo.
A queima roupa uma lágrima e um mudo pedido e perdão que o fará tentar mudar de volta para o papel todo sentimentalismo.
E deixar no mundo real só amor e gratidão àquela que já o curou; e agora carrega nas mãos o Coração em frangalhos que dia a dia concerta.

10 de mar. de 2016

O Poeta desenggripa a maquina de escrever. Um tom laranja-ferrugem começa a tomar conta das teclas e linhas. A tinta parece estar perecendo, mas aos poucos volta para a normalidade da escrita. Ele acende o cachimbo e senta para escrever. Fazia um certo tempo desde que ele abandonou as letras num hiato agoniante de meses. Falta a melancolia desses dias que sopram ventos mais frios. E juntam nuvens cinza-escuro no céu. Seu céu de estrelas as vezes nubla, entre uma baforada e outra se questiona, Ele não costumava fazer isso. Dias e dias passou amarelando os dedos de cigarro apenas olhando o caderno e a maquina. Existe tantas diferenças na casa, mas continua sendo seu covil. As palavras não abandonam, mas Ele as vomita involuntariamente, como se o hiato lhe causasse asco. A fumaça toma a sala escura e só interrogações rodam livro e paginas e paginas amassadas. A culpa do esquecimento e todos os esqueletos dançam no armario.La vem o inverno de novo.

8 de ago. de 2015

O Poeta se revira na cama, sem saber onde está. Acorda agoniado, sem sua maquina de escrever e sem nenhuma janela aberta. Não tem uísque no armário só um resto de cerveja num canto esquecido da cabeça Dele. Paranoias a parte Ele sai de dentro da própria mente pra rabiscar algo numa caderno de capa de couro, já meio gasto. Nenhum verso calmo, alguns até amargos como café sem açúcar. Desesperado por poesia Ele abre a janela e acende um cigarro mal enrolado no escuro. Desaba em segundos e devora página à pagina do caderno, O estomago treme, Ele ainda não sabe se é fome ou se acordou algum monstro com Suas paranoias; o Poeta esfria os pés e o nariz e volta a dormir.

29 de jun. de 2015

O Poeta acorda de/para outra paranoia, overdoses diárias de pensamentos mais longe que o normal; ou do que deveriam. Ele pega o papel e acende outro dos cigarros e traga a fumaça, deixando o sol da manhã esquentar os braços coloridos. O som pesado anuncia o caos que pode estar por vir, Ele abra uma garrafa de uísque e encontra uma carteira de cigarros de filtro amarelo. Acendo um e senta em frente a maquina de escrever, o vento trás ideias de arte. A beira de qualquer esboço que pegar o Poeta aquece outra caneca de café; pra misturar com a bebida.
As paginas começam a brotas entrededos e entredente pragueja a vida;sem soltar o cigarro dos lábios. Os olhos já vermelhos piscam e a nova história vem crescendo a grandes passos. O Poeta se contorce em um misto de agonia e felicidade; o mundo gira rápido ainda assim.

13 de jun. de 2015

O Poeta acorda metralhando rima, sem certeza do que o tem atropelado. A cabeça já parece de novo em meio a nuvens escuras de inverno. Ele levante e vai até a janela e volta. O piso branco da casa que não é Dele é frio na madrugada; uma nova sacada com vista. As cobertas que esquentam demais o corpo e a cabeça do Poeta, que ferve; se revira e levanta pra um gole de água na geladeira que não a sua. A garganta arranha em musicas novas e velhas, intermináveis copos e goles e alquimias muitas vezes excessivas Quase inexpressivo a cabeça do Poeta fervilha paranoias em verso ou prosa, ainda não compreende o mundo novo e sua brilhancia. O novo Poeta tem erros que nem sabia existir dentro de sua gramatica. 
Preocupado com a grafia de outro poema, Ele descobre outros medos; ou novos deles que aqui ja tinham aparecido antes. Poesia atrás de poesia nem ele se entende, verso a verso descobre novas crises que nem sabia possível, O Poeta abraça seus versos e tenta dormir e acordar melhor.

3 de mai. de 2015

O Poeta acorda imerso nos cadernos e na falta de sobriedade da mente. Personagens e sensações tão novas que confundem até o isqueiro e o cachimbo cai do canto da boca; Ele não sabe lidar com tudo, tanta cor. Acordado mais madrugadas do que manhãs, o tempo continua sendo implacável com as dores, amores e sentimentos Dele. Pouco a acreditar quando nada fez sentido, dois passos pro lado da maquina de escrever, o canudo de metal e o isqueiro acendem o calor da alma e o frio do nariz, vem mais inspiração aí, pra ver se a Alma acalma.