10 de mar. de 2016

O Poeta desenggripa a maquina de escrever. Um tom laranja-ferrugem começa a tomar conta das teclas e linhas. A tinta parece estar perecendo, mas aos poucos volta para a normalidade da escrita. Ele acende o cachimbo e senta para escrever. Fazia um certo tempo desde que ele abandonou as letras num hiato agoniante de meses. Falta a melancolia desses dias que sopram ventos mais frios. E juntam nuvens cinza-escuro no céu. Seu céu de estrelas as vezes nubla, entre uma baforada e outra se questiona, Ele não costumava fazer isso. Dias e dias passou amarelando os dedos de cigarro apenas olhando o caderno e a maquina. Existe tantas diferenças na casa, mas continua sendo seu covil. As palavras não abandonam, mas Ele as vomita involuntariamente, como se o hiato lhe causasse asco. A fumaça toma a sala escura e só interrogações rodam livro e paginas e paginas amassadas. A culpa do esquecimento e todos os esqueletos dançam no armario.La vem o inverno de novo.

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