27 de nov. de 2011

O poeta como deve ser. Pode ser dito assim, mesmo que aos seus pensamentos clássicos, escreve melhor no frio denso dos cantos obscuros do cérebro. Não hoje quando tudo que falta é um brilho doce. Acidamente bem colocado, como flashes corrosivos de memória. Conversas breves inexistem num mundo paralelo, onde o tempo pára. E nada acontece além daquelas quatro paredes que já viram o que não devem. Nem sequer ficam rubras, sem vergonha. Energia tão positiva que o céu pega fogo, nos dedos e no por do sol. Esperando aqui o mundo acabar em fumaça, poeira e musica. Em alto e bom som. O poeta é deus de braços abertos sobre avenidas largas e luzes que não sabem pra onde ir.
Sons de hoje e de ontem são a própria estrada para a viagem doce de mel. Delicadamente deitada ao por do sol, os dreads do poeta pulam. O vento lambe os cabelos compridos do duende que o poeta se transforma. O verde e a terra se fundem. A natureza não se curva, mas o duende faz força com o poeta. E o vento vai até onde o brilho deve estar. Assim o beijar. Apaixonadamente alucinando no vento e no som. Ah a delicadeza da poesia magica.

9 de nov. de 2011

Pesando cada miligrama, o poeta se perde em mais uma dose, maldizendo o duende que lhe roubou o isqueiro quando precisava de algo que produzisse fogo. Até dragão servia.
As risadas soam ao longe, enquanto o poeta se contorce na frente do espelho, sentindo o ódio dos duendes crescer a ponto que naquela criatura se transformava.
A risada da bruxa, vinha leve, sem assustar. ao contrario aquele duende agora curioso procura a fonte da risada suave, tão maléfica capaz de torturar aqueles que não controlam a vontade de correr até ela.
O corredor é escuro mas tem fogo a sua volta, como se ele precisasse agora, e andava no corredor que parecia não ter fim.
Quando chegou a fonte das risadas, a garrafa já estava vazia, e quem agora ouvia as risadas e parecia entreter-se com isso era a gata. negra e de olhos verdes, como todo gato de bruxa que se prese. os livros cheios de feitiços ensaiados sobre paixões e encantamento estavam espalhados perto do caldeirão onde um chá era preparado.
Cada traço da bruxa foi analisado pelo duende, quase verde, que entrara no que parecia ser o covil da mais bela bruxa que ele pode imaginar.
"nem em minhas viagens..."
A pequena bruxa descansava os braços na poltrona confortável, que ficava do lado de um instrumento musical de madeira, encostado no canto do aposento. um sorriso nos lábios, e o cabelo cobrindo parte do rosto, deixando os olhos tapados.
"vieste para mim?"
"sempre fui seu"
"não acredito"
"não precisa"
"foram meus feitiços..."
"foram seus encantos, simples encantos"
O diálogo continuaria, não fosse a lua que á embora pela janela, e o mundo deveria voltar a ser mundo, e não um quarto.
"eu volto"
"ainda não acredito"
"palavras escritas jamais sumirão bruxa"
"..."
"boa noite"
O duende, volta a ser poeta, no reflexo do espelho. com o perfume da bruxa no corpo, e o resto do corpo nu no espelho. ele volta ao quarto e abraça o travesseiro em posição fetal...