1 de nov. de 2014

A noite agonia o Poeta, que acorda tantas tantas vezes atrás de ar. Os pesadelos tem lhe tirado o sono, junto com o rumo que a vida anda tomando. Já meio sem prumo o vento bate na casa da árvore, que balança e deixa o coração Dele de sobressalto. Alerta novamente, a selva aparece entre Ele e o mundo; já perdeu seu senso de caçador e de presa. A realidade começa a comer o Poeta por dentro e por meses devorou toda a poesia que ainda existia perdida nas entrelinhas e nos dedos. O vento sopra de novo e Lhe arrepia as costa, todo o corpo se agonia, parece que o fim do ano trouxe outros fins. O peito queima com a fumaça pesada demais. Ele cambaleia até o sofá e se solta, sem chão. O mundo resolveu ensurdecer e o tempo parar de brincar e ser o rei cruel.
O Poeta deixa os dedos correrem na maquina de escrever da janela, o cachimbo no canto da boca e a cabeça avuando em algum lugar.