5 de jun. de 2012

O retrato da melancolia, o poeta que anos atrás ria daqueles que cantavam ou escreviam suas lágrimas. O poeta se senta na janela e ouve a musica que já o embalara tantas outras vezes.
Distraindo-se com os formatos da fumaça enquanto outro cigarro morre no cinzeiro.  Os longos fios de barba se confundem em letras e cabelo. O chão brinca com de sumir em alguns momentos. As raras crises vem voltando, de leve. Fazia tempo que as nuvens não gritavam com ele assim. O poeta alisa a barba enquanto outro cigarro pega fogo. As lagrimas brotavam e caiam janela abaixo.
O tempo fecha e esfria, o vento pára. As cores parecem sumir também, como se já não bastasse a lua estar escondida. O telefone toca e o poeta corre. O brilho traduzido dos olhos é confuso. Medo, amor, paixão e destruição.
Facilmente incompreendido ele volta à janela e deixa o frio entrar. A vontade da neve e do frio, do terror da fata e do pânico da ausência. Descontrole dificilmente controlado, aquela faca de dois gumes com qual adora brincar.
O canivete aberto sobre a mesa e o prato riscado. Dois ou três riscos poéticos e mortais.A neve cobre o corpo, olhos congelando, lábio roxo e ponta dos dedos azul. Poucas palavras, ele poeticamente morre de amor.