17 de nov. de 2012

O Poeta acorda, depois de não dormir a noite toda. As músicas ainda ecoam na cabeça, assim como as dores no corpo de tanto dançar e pular. Nessa noite, todos eram pagãos dançando loucamente em volta de uma fogueira. Ele pega sua maquina de escrever e seu cachimbo e senta debaixo da janela. Que fechada e longe da musa fica vazia. O Poeta, cansado de escrever sonetos ou versos, declarações ou músicas começa seu novo escrito em meio a enorme nuvem de fumaça do seu cachimbo:

"Manifesto à Poesia

Perdido em meio aos versos
confusos lentos e antigos,
poetizei as nossas almas,
que surdos por uma balalaica,
e brinde ao encontro.
A sinestesia natural e sintética
do amor capaz de calar multidão
e encantar gnomos.
À poesia na musica declaro
o meu amor, de Poeta.
A ti pertenço de corpo
e alma, poética e sintética.
Descolorido e despido
mil vezes grito
.                 (casa comigo)"

O Poeta retira a folha da maquina e seca a tinta com o vento da janela. Enquanto o disco começa a tocar uma das musicas velhas feitas sob encomenda para as almas. Dobra ao meio e coloca debaixo do travesseiro vazio ao seu lado na cama esperando a Poesia voltar para o seu lugar.