27 de out. de 2013

O Poeta acorda desconfiado, os sonhos tem tido mais cheiro e gosto que nos últimos tempos. O doce gosto do vinho segue acompanhado de certeza e algumas nuvens de chuva. Dia após dia Ele se pergunta onde ficou o sonho, até encontrar os olhos escuro-brilhante Dela.
Ela continua a melhorar a vida Dele entre uma respirada e uma transpiração.
Os dois gotejam juntos a alegria de uma vida juntos, sendo elevada a potência de um gosto de sonho realizado. A parede de vidro da casa no sonho desperta do sonho o Poeta que se prostra de novo a escrever pra Ela do futuro; Ela que no futuro são Elas.
O Poeta olha pra frente e só enxerga o futuro vindo a toda velocidade, a quase dois anos por hora.
Figurado no peito, pé e corpo; Ela marcou com tinta e suor o corpo nu do Poeta, que de longe espera os dias que parecem longos demais. Longe demais, nem que seja uma hora, quem dirá uma semana.
Os passos nos sonhos são de muitos pares de pés, e na voz do Poeta que treme confessando seu "crime" de sonhar.
O Poeta afundou-se num copo de vinho e amor, derramando litros sobre Ela. A Musa que surgiu sem nome e pairou na vida louca, amansando o louco e enlouquecendo o manso que convivem no Poeta.
A Musa que ganha o coração, ganha um rótulo de vinho com um o recado:
"Ana, te amo"
E o Poeta entrega a musa e seu coração abeto a vida dele, que agora é com ela.

4 de out. de 2013

Um pé de vento arromba a janela da sala. A estrela d'água enche o comodo de cores e reflexos. O Poeta se levanta, mas não fecha. Abre um livro grosso e os pelos do corpo se arrepiam. Um novo personagem que o fascina. Ainda sem cheiro ou forma física o vento vai transformando e modificando. Ele voa e se perde no tempo, brincando com a gata ou vendo o sol girar em torno dele mesmo. O corpo entorpecido, como de costume, procura um gole de chá. Do lado da maquina de escrever a caneca já esta vazia. No fogão a chaleira grita anunciando o novo chá. Ele corre de volta para a janela, o longo cachimbo entre os dedos. Intrigado continua a ler o livro e caçar ligações. Enfim em outra rajada de vento, o som das teclas do piano assobiam atrás dele. Novos rumos e murros na maquina e um novo monte de papel se forma sobre a mesa.
Sem se anunciar o vento carrega uma das folhas, Ele a deixa ir. Esperando que os versos tomem seu destino.