28 de jul. de 2011

a garrafa começa a esvaziar-se, mais uma noite começa dentro de outra garrafa cheia de fumaça branca, filtrada na água, tão pura que lotus pulam e brilham ao redor da fumaça, que fica cinza e verde, cores doces saindo dos tubos nas mãos do poeta.
a musa posa, faz pose e encanta, levemente adoçados os corpos deslizam e a loucura se instaura, em meio a rolos e rolos de fumaça, o lençol também enrolado, as costas sangram discretamente, arde quando toca a água do chuveiro.
garrafas vazias, o cinzeiro cheio e poucas sobras na ponta dos dedos, dificil mover um dedo, o teto gira, enquanto a musa vem a mente, para dormir bem...

25 de jul. de 2011

o alcool percorre as veias, deixando a neblina no quarto ainda mais evidente, a intimidade louca, que desperta as vontades crescidas de jovens alucinados, adultos, a musa se joga na cama, rindo-se de planos malucos, na ponta dos dedos a pena, poemas doces escorrem no canto da boca. sorrindo com os olhos faz e traz amor., em pele
os sonhos palpaveis bilingues, em intimidades tao loucas que se contorcem em camas desfeitas, no amor delinquente, marginal, a arte maluca e desordeira do amor, factual, apaixonado romantico, em toda época encanta, cada detalhe, arrepiando na pele, as fotos velhos tempos desnudos em amor e carinho, de tempos futuros, delicados deliciados em acidas línguas que se completam
poeta e musa em pleno amor, factual, vira poesia na ponta dos dedos...

3 de jul. de 2011

os sórdidos drogados, dão mais um gole de vinho enquanto a fumaça de seus cigarros paira pesada no ar, enquanto isso eles resolvem fechados nas quatro paredes o que fazer com a fumaça verde e calma que eu solto, mesmo com milhares de anos, isso ainda dói naqueles que são presos na calota polar do sistema tolo e errado, enquanto eles discutem e se matam eu continuo leve, poetizando sobre o poeta, que em rolos de fumaça se contorce na minha mente nevoada brilhando no seu ser.
o poeta acorda, deitado na mesma cama de sempre, mas os sonhos trazem memórias loucas de coisas que não viveu, ou ainda vai viver, ao que se lembra de um toque de mão, de leve na pele branca e alva, tomada por neblina, e novamente o veneno doce lhe faz efeito e as luzes da manhã voltam a ser as luzes dos carros que passam rápido demais abaixo da passarela que seus pés estão apoiados, ainda tão longe do chão, sem pular.
balança demais ali em cima, está enjoado pelo maldito vinho tinto legalizado no boteco da esquina, deixa para voar amanha, agora só interessa o banheiro, lavar o que resta da alma e da dignidade, e talvez um sonho a menos que vem com a bili, niilista e logicamente matemático, deixando os inabalados neurônios morrerem na ponta do seu isqueiro, com mais um flash de luz, e acorda de novo sem saber como deitou, sem mais glórias só pelo deleite de voar, amanhã a passarela pode ve-lo, ou não...

2 de jul. de 2011

estranhamente o dia surgiu com a cabeça leve demais, estranho a neblina estar do lado de fora do quarto, o clima la fora, lembra Avalon, que lembra cabelos longos, que por sua cor, lembra as brumas daquela ilha distante.
o poeta ainda louco que acorda olhando para fora, de novo pensa nela, pelo tempo nublado e pelo tempo blase, que da vontade de café com bolo e bob marley na vitrola, estranho querer ler e desligar o computador, desenhar em paredes e derrubar algumas flores.
"mas se tocar um blues" ele escreve na mesa, e pensa o tempo por mais que nào esteja azul, pode fazer sorrir, pensar e viver e liberdade dentro dos sonhos, nas brumas.
e ele volta à Avalon, e a lembrança de novo estranhamente vem a cabeça nas loucuras sem intenção apenas pensar...

1 de jul. de 2011

a arte imitando os mundos nunca vistos, mas dele pertencente, com carinho nas palavras o poeta viaja por mundos lisérgicos e duvidosos, tão colorido quanto o vermelho natural, do brilho da lua em seus olhos.
O poeta pensa mais rápido do que escreve, mas ela espera, paciente, por mais longe que a lua chega ela nasce nos olhos daquelas descobertas timidas, que insistem em nao sair da cabeça, nem que ele quisesse elas fora, a neblina que traz o vermelho vivo do fogo que instaura no rosto pequeno, encantador, morre poeta, em mais uma overdose narcisista de amores impossiveis passiveis de qualquer loucura...