13 de fev. de 2013

O Poeta acordou com o sol na cara, ouvia os gritos de um grupo de macacos que passava pelas arvores ali perto. Foi até a janela e empurrou o vidro que prendeu do lado de fora e deixou o vento entrar. Na escrivaninha ali do lado a maquina de escrever e o copo com o resto da bebida da noite, deu um gole. Desceu a escada em caracol rangendo a madeira. No tapete da sala várias folhas de papel pintadas com tinta e traços de dedos. O sofás com todas as almofadas no chão e a menina deitada sobre eles, deve ter uns seis anos. Na cozinha, em cima da mesa, o pequeno come de grandes colheradas. Ela sorriu ao ver o Poeta, seu cabelos azuis presos para trás. Ele beijou todos e foi para a varanda com papel e caneta nas mãos. O velho caderno de capa de couro e uma caneta qualquer que catou em cima da mesa, a tinta é preta, sua preferida. Escreve linhas e mais linhas sobre aqueles olhos, tão marcados de tempo e lagrimas. Era um rosto triste, sofrido e mal cuidado. O sorriso embrigado era fácil e as musicas repetidas da jukebox eram dos tempos de sua juventude mais louca. Ali onde o Poeta deixou o velho sonhar com aquele som, calou os comentários sobre a banda mal existir. Enquanto o som do momento estourava nas caxas de som dos carros do lado de fora do bar, ele se contentava em ouvir musica na jukebox, a mesma repetidas vezes e fazer um novo amigo momentâneo.
Aquele bar trás incríveis lembranças que apertam o coração do Poeta, que volta para a casa de madeira que ferve ao som de risadas infantis e notas sonoras saindo dela. O passado bate a porta e vira poesia boa. Aqueles olhos velhos e vincados mexeram com o Poeta.