16 de dez. de 2012

O Poeta guarda suas armas e coloca todas as lentes na mala. Cada tiro um disparo disparatado pra arte. Os produtos químicos corroem seu nariz, mas as fotografias ficam incríveis.
Depois do trabalho pronto, cada grampo e foto posta pra secar o Poeta descansa, relaxa com seu cachimbo nos lábios e os dedos já imersos na máquina de escrever, que por pouco não chora com o peso desses.
Depois de três ou quatro versos, ou páginas o coração se aquieta e o Poeta vai descansar ao lado da musa, que como de costume já, caminhando pelo corredor de madeira forrados de fotos e quadros e vários riscos provocados por giz de cera colorido. Muitos desenhos sem formas definidas, mas com uma perfeita combinação de cores, ajudadas pelo papel pardo colado em meia parede. Observou e ouviu o silencio no quarto cor-de-rosa ao lado da porta do banheiro. Só ouviu a respiração leve e tranquila, enquanto o vento balançava o mosquiteiro em cima do berço de madeira. Deita na cama e abraça a musa, que já dormia em posição fetal ocupando grande parte da cama, faz cafuné e adormece.
Acorda com o sono agitado da musa, e quando dá por si ainda está no presente.