um overdose de doces olhos
de calmos delírios em flores e gestos
de afagos afastados, com gosto de proibido
de fruta mordida
de dor, em ferida, de calmas grosserias
de verdades doloridas e sentidas
overdose (s)
mais e mais
que quero ter
em vias de fato
tendo ou não
ato
o que importa, importa
teatro, tragi-comédia
dolorida, sem dizer
um querer sem poder,
um poder de sempre escolher
é pele
é corpo
tatuagem quase temor
e mais rimas por enfim livres
sorrimos, amor...

"sobre a vida
e as peças, que nós pregamos..."

a vida vem e nos arrasta
mata em ressacas
de mar calmo
das visões de anjos
bobos, com rosas
poemas,
com som de blues
com sua calcinha azul
amar de jeitos malucos
opiniões divergentes
as mãos molhadas
de detergente
a loucura acumula
a ponto de bala
de doce
quase abstinência...

"Sobre meus vícios
virtudes e todas as loucuras..."

sua alma é nova
é botão de rosa
somos almas perdidas
encontradas
em abraços
e mentes
e viagens
que ainda faremos
teremos
somos espíritos
viajantes
eu digo livre
eu te amo
por querer
por ser
amo...

te ofereço agora
vinho barato
e a neve fria
espero de ti
a bola passada
e o copo marcado
quero te dar
massagens com creme
e meu ombro pra dormir
te ofereço meu carinho
pra te acordar com calma
no café te dou uma flor
amarela...

viajante de almas e sonhos
brigando com minha sanidade
guerreando dia a dia
com a caretice,
com a minha droga destilado
com meu veneno pronto
na ponta dos dedos
desliza a seda
o bixo da seda cai da folha
fica o camarão
nos dedos, e na seda
que falta excêntrica
de nunca ter tido
mas sentido, que pele
fantástica foto,
que fala tanto e nada
só esperando ser poetizada
por um poeta louco e apaixonado...

esta neve que aqui cai
faz sempre eu pensar
no frio que já não sinto
junto com o calor de sua alma
sinto falta de teu cheiro
e do teu perfume
quero a tua pele
pra me fazer dormir melhor
abraçado nas suas costas
sentir o cheiro da tua pele
seu perfume com o cheiro do cigarro
todos apagados no cinzeiro
atrás da taça de vinho vazia
esperando que nossas almas
de novo dancem
enquanto dormimos...

um prisioneiro louco
da loucura dos seus olhos
embaçados, medrosos
com a voz de sono,
liberto em seu coração
rio dias sob nossas lembramças
claras como o céu azul
da nossa amizade de novembro
corroendo até março
num baralho doido
de cartas marcadas
no nosso amor
a vontade esparrama
nesta maldita distancia de você
e dos teus sonhos
quero te fazer dormir
de novo nos meus braços...

a verdade sempre vem a
tona, e quando não há mais nenhuma
as coisas boas acontecem
aparecem
do nada, com o que surge
felizes os que não te conhecem
não se apaixonam
a sua distancia me cresce
quero você, aqui
não no meu ouvido
saudade de você me olhando...

teu bom dia distante
branco e alegre
me faz o dia bom,
achei uma cogumelo vermelho
atrás de uma roseira
se estas longe
sinto seu cheiro de tempero
de cravo e canela
de Jorge Amado
minha Gabriela...

Babilônia Irmãos
seria sério
correr e fugir
do que existiu
existe e não finda
é perigoso, não ter você
posso surtar
quero teus pés quentes
pra quando deitar
quero beijar tuas costas
pra te acordar
quero brincar nos seus cabelos
bagunçar. rir
te faço musica
te faço poesia
te torno leão do caetano
e os caracóis, quase lisos
dos teus cabelos
quero bagunçar
bagunça a minha cabeça
e me faz apaixonar
um dia
odiar em outro
cadê você?
jah me faz amar
você me apaixona
todo dia...

nas minhas viagens
te descrevo
viajando
tão longe
que te sinto
do mesmo jeito que dormimos
naquele dia,
antes de sumir de novo
por semanas
que parecem anos
que se tornam eternidade
na solidão da minha cama
longe do teu calor
onde antes sentia tua pele
te vendo dormir
pra te acordar e ver sorrir
e te ouvir perguntar
se temos que sair mesmo...

a vida segue
seguindo
e eu te sigo
nas minhas viagens
você está
juntos, eu e você na
fuga
vamos fugir da realidade
cruel
vamos eu e você
sem conflitos
médios-orientais
te coloco roupas
pra tirar
te dou uma calça
pra tirares pra mim
e as camisetas
sempre com um cheiro
de pijamas
vamos fugir
pra não ter que viajar mais?

os meus momentos
com ou sem sentido
me perco
busco, não acho
encontros, só os desencontros
entre minha alma
e suas viagens longas
distancias mil
mil vezes
mil graus
saudade boa de sentir
dor ruim de apagar
e você vai
pra eu sentir falta de novo
saudade doída
deixa meu coração moído
só pra te ter de novo
só mais uma noite
só hoje...

as memórias loucas, de um amigo do poeta, desabafo traduzido por mim, ouvido ainda hoje...

"...tem um tempo meu?"
foi assim que começou a tarde...
será que ela gosta de mim?
seu sorriso
é franco
mas ela não sabe
que sorri por ela
que quero ela
malditas noites acordados
tentando te desvendar
tentando a sua alma encontrar
buscando ao longe
tuas covas
nas costas ou na bochecha
tão pergosos quanto crateras
fundas
profundamente apaixonado,
sem você saber..."


interessante....

sem o som
sem a música
daqui te cobro um sorriso
teus olhos
puxados de vergonha
quase arrependida
de amar aquele
este, o poeta que fala
não sei mais
se você sente
não mente
explora, chora
arranha as minhas costas
e me vicia, na sua sanidade
tão inocente, tragada de uma só vez...