18 de out. de 2012

O Poeta desperta do sono com o vento lambendo seu corpo nu. Os sonhos eram estranhos e perversos, mas tinha um gosto de tortura boa. Enquanto como gatos Poeta e musa brincavam com uma e outra sombra, assim como os gatos gostam de brincar com suas presas. Mesmo com o sonho o poeta sorri sentindo a respiração dela dentro do seu próprio abraço.
De leve para não acorda-la ele sai e acende um cigarro verde na janela, admirando as curvas do sorriso aos pés, contornando cada pedaço que derruba delírios e litros de amor. Cada milimetro sonhado velado nos suspiros sonâmbulos dela que dormia tão calma.
O calor do corpo, depois da brasa apagada, debaixo do calor doce do cobertor o Poeta deita pra sonhar afogado nos cabelos dela. Sonhos com três pares de pés descalços e muita areia. Contornados por muitas e muitas notas musicais agridoces de toda as suas almas.

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