16 de set. de 2012

O poeta muda os móveis de lugar e deixa a maquina de escrever junto a janela, sempre procurando formas de estar perto dela. Algumas folhas amassadas e várias bitucas jogadas na mesa ao lado. O cheiro doce de vinho e a fumaça encontravam meios de tornar os pensamentos mais macis. Algumas linhas a mais e o sonho ganha mais alguma forma. Depois de fechar a janela pra evitar a chuva que se anunciava pela janela o poeta deita na cama, tantas coisas da musca permanecem ali, de roupas a fios de cabelo vermelho. Os travesseiros surdos guardam o cheiro que o acalma ao cair no sono.
Cada traço dos dois praticamente copiado nos sonhos, com mais cores talvez. Um carro comprido e outras paisagens soltas pelas janelas dos bancos de trás. Os olhos brilham percorrem cada traço do rosto dela. O sorriso continuava largo.
Quando acordou, notou a diferença no tempo, não era de fato um sonho e seu dente ainda amargava em contato com a língua desmanchar de novo em cores o teto.
O gosto do beijo e do vinho ainda está na boca, o sorriso transcendental dela dentro da cabeça e a sinestesia das almas juntas ainda arrepia a pele colorida da perna.

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