5 de ago. de 2012

O poeta acordou ressabiado, a musica tocava alta quase dentro do ouvido. A batida começa a incomodar quando soa inconveniente. O dia passou com certezas e inspirações. Cada canto da mente trabalhava para um lado da arte de ser.
Uma reverencia ao mar e com respeito uma baforada pro céu. As arvores passavam rápidas do lado de fora  pra que tocasse. As cores que só acha nas linhas compridas e sinuosas da musa. Em cada deslizar de uma encaixando no umbigo sem desgrudar do pescoço dele. O cheiro dela impregnado na casa, na roupa e nas mãos.
Quando o dia resolve chegar ao fim, o poeta se levanta sobre a cadeira. Observa até onde alcança sua voz, e grita:
"Vida, aqui estou!"
Debruçado para fora da janela, vomita versos escritos na cabeça, sem jamais conseguir repeti-los. Tão perfeitos esses versos dados pro vento, emissário que levará e deixará no ar sempre suas palavras.
O poeta deixa pincéis, tintas e papéis. Muros e outros mais, ergue arte sobre arte. Entregando de volta o que o mundo lhe deu.
Agradecido com uma baforado ao alto, agradece pela poesia existir.

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