23 de ago. de 2012

O poeta acordou incomodado, parecia que algo aconteceria.
Chegou ao bar e depois de algumas cervejas, daquelas que dão dores homéricas de cabeça. No banheiro tão caído quanto o simpático e torto dono do bar. Sem chave o poeta usa a tranca metálica e volta os olhos pro teto. Um habitante daquele lugar o cumprimenta. Uma aranha. Ela desce do teto e gruda na caixa d'água da descarga. Depois de uns segundos observando o quanto ela era bela. Logo ela resolve abrir a boca. Elogiou os olhos do poeta e falou do sorriso. Comentou o quanto era dificil entende-lo, já que o observava naquele banheiro há anos(mesmo isso sendo impossível para uma aranha), e há tempos não o via tão diferente. Depois de três ou quatro conselhos o poeta sai, transtornado por tanto barulho e por tantas ideias que a aranha tinha lhe dado. De cima das escadas avista seus planos serem vivos, mesmo olhando de longe. Um dos conselhos brinca com a cabeça dele e os títulos dela. Cada gota amarelada no copo, cada abraço amigo desnorteia o poeta. Que desce as escadas e acomoda-se na cadeira, selando a boca pra evitar atropelas o tempo. O tempo agora passa devagar pro ansioso poeta. Que dentro de outro copo desiste de pensar e volta para os braços dela.

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