3 de jul. de 2011

os sórdidos drogados, dão mais um gole de vinho enquanto a fumaça de seus cigarros paira pesada no ar, enquanto isso eles resolvem fechados nas quatro paredes o que fazer com a fumaça verde e calma que eu solto, mesmo com milhares de anos, isso ainda dói naqueles que são presos na calota polar do sistema tolo e errado, enquanto eles discutem e se matam eu continuo leve, poetizando sobre o poeta, que em rolos de fumaça se contorce na minha mente nevoada brilhando no seu ser.
o poeta acorda, deitado na mesma cama de sempre, mas os sonhos trazem memórias loucas de coisas que não viveu, ou ainda vai viver, ao que se lembra de um toque de mão, de leve na pele branca e alva, tomada por neblina, e novamente o veneno doce lhe faz efeito e as luzes da manhã voltam a ser as luzes dos carros que passam rápido demais abaixo da passarela que seus pés estão apoiados, ainda tão longe do chão, sem pular.
balança demais ali em cima, está enjoado pelo maldito vinho tinto legalizado no boteco da esquina, deixa para voar amanha, agora só interessa o banheiro, lavar o que resta da alma e da dignidade, e talvez um sonho a menos que vem com a bili, niilista e logicamente matemático, deixando os inabalados neurônios morrerem na ponta do seu isqueiro, com mais um flash de luz, e acorda de novo sem saber como deitou, sem mais glórias só pelo deleite de voar, amanhã a passarela pode ve-lo, ou não...

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