22 de mai. de 2011

o poeta, cercado de cuidados, cuida e se apaixona, como sempre deita na cama ou no sofá, tanto faz, e olhando pro teto, pensa nela.
mas não noite passada, como olhar pro teto, se a musa dos tantos poemas deitava ao seu lado, com mil possibilidades infinitas, a noite para dormir quase não veio.
as peles se tocam, cócegas viram arrepios, de frio ganham calor e como sem querer a mordida não resiste a orelha, por culpa do cheiro, de flor, da musa que despertam sempre todos os milhares de quereres, dentro do mais vasto império de desejos que cabem na ponta dos dedos da mão e acabam no pescoço. as bocas tocam se encontram, a flor pronta, entregue, a mais uma das possibilidades loucas das vidas nada incomum que poeta e musa vivem
amor e cumplicidade eternos culpados pelos crimes mais que perfeitos, lembrados com o cansaço da pele e o barulho irritante do sofá, o ombro serve de esconderijo novamente para a mais perfeita Vênus, que tem poder, de virar arte, palavra e amor, toques pecamisos e suaves as mãos sempre vão se procurar, desde anos atrás até dormir hoje, como são tolos, nesta relação maluca e comum, tão óbvia quanto estapafúrdia,(se essa palavra ainda existir) linda relação, poeta e sua musa, como a borboleta nua e o carteiro, de Neruda a paixão inevitável, paixão luxuriosa e prazerosa acabou por se trair e cair na armadilha do amor,
agora dormem, enquanto as mãos se procuram e o sono acalma quando se encontram...

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