13 de abr. de 2011

O sol está quente agora, e ele deita debaixo da pitangueira e solta o pouco da fumaça que ainda resta no pulmão. Ele observa a parede que acabou de pintar, o coração feito em verde, ao lado do naipe de espadas preto, igual ao que traz tatuado na perna.
o céu continua azul, estranhamente azul, mais profundo, ou seriam os seus olhos que começam a arder, o coração disparado, se põem na batida da musica.
um beija flor passa e brinca de fazer rasantes, em cima dos olhos atentos dele
quando toca Nando, ele se assusta com a loucura perigosa de seus pensamentos, a mão treme e queima o dedo que ainda segurava a ponta.
a brisa se outono traz a leveza do toque, com a vontade da seda das mãos dela. o pensamento foge de novo e leva até ela.
Ele se mexe de novo e levanta do papelão que usava pra não sujar a roupa. a camiseta preta com Sid estampado, traz nos olhos a loucura branca de neblina escura, misturado ao verde das árvores
Ela volta e vai, conforme a natureza dos detalhes na cabeça dele se moldam como quem constrói um personagem, existente em pensamentos e sonhos, que não enganam, só agitam, sabendo que além da curiosidade existe perigo real, da grandeza que pode tomar, um simples toque naquela que anuncia a primavera, do sol nascente. Cerejeiras se enfeitam em pensamentos psicodélicos.
como as vontades e medos se confundem em meio a certezas tolas e perigos, traçados desde que o sorriso lhe cortou a frente, cortou o soro do sono, acordou para uma nova pira, tanto acordado quanto dormindo, ela só o faz sorrir...

Nenhum comentário:

Postar um comentário