15 de jun. de 2014

O Poeta se descobre em casa, um rosto embrigadado e o corpo sem forças. O cachimbo pende na boca, enquanto agride os botões da maquina de escrever; o barulho ecoa pelo mato perto da casa. Enquanto a neblina de inverno invade a sala, o Poeta brinca, com violência nos versos, com uma poesia antiga de dona esquecida. Um ou dois cortes com estilete no papel e outra frase para colar no mundo. Descrente do mundo o Poeta ouve o eco da água filtrar a fumaça dentro da cabeça. Um ou dois tons abaixo uma linha fina a lápis e três ou quatro versos. Comprime em uma cápsula um milhão de sensações palpáveis e destila duas doses de uma bebida qualquer. O Poeta volta pra cama, enquanto nada faz sentido senão um mundo paralelo na ponta dos seus dedos.

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