5 de jun. de 2014

O Poeta pragueja o vento frio que vem da serra. Maldita chuva. Esquenta o bule de café incontáveis vezes ao dia. A cafeína é o menor das suas preocupações no momento. O inverno é como visita na cadeia, traz cigarro e desespero. As crises não cansam de se instalar, mas como não podia ser diferente esse ano o Outono chegou rápido rasteiro e devastador. Um a um os pedaços de rocha fogem do chão sob os pés o Poeta se esqueira onde sempre é firme e ali segura. As folhas molhadas deixam tudo ainda mais nostálgico. Maio acabou e acumulou junho e o frio. O Poeta já gastou rolos de papel e a maquina continua lá, emperrando, sem produzir. O mundo anda inquietado o Poeta, recostado na cadeira olhando a chuva enquanto fuma seu cachimbo em longas baforadas. O frio lá fora parece menor e a neve não vai tardar cair ali. A pergunta é quantos invernos ainda restarão?

Nenhum comentário:

Postar um comentário