22 de jul. de 2012

O  poeta vem a mim novamente, seus olhos esbugalhados de insonia e algumas drogas, os braços finos, olhos afundados. Cada parte do esqueleto à mostra. As mudanças grita, e derrubam a porta. Quebram as flores e queimam os quadros. Uns copos a menos e o poeta entende o que a garrafa vazia na sua frente quer dizer. Cada detalhe e palavra, entalhada no rosto escuro e fundo, que hora sobe à lua, frenético. Outros tempos despenca poço à baixo. As visões de futuro implícitos nas gratuidades, resolvem brincar com o tempo e a realidade.
O poeta grita palavras de amor para a noite, aconchegado atrás do volante de um carro sem dono. Aparelho eletrônico e uma direção na outra mão o alcool sacaneia mostrando mais de um farol no cruzamento, descontente o acelerados gritou e o poeta se desmonta em lembranças. Cada frio na barriga e coração disparado na presença  dos quereres.
O poeta cria e convence da arte que cria no fundo dos olhos da musa, que há muito se convenceu dessa loucura de apenas existirem. Um cavalete, um bloco de notas e uma barraca e o poeta se entrega ao sonho, perdido em teclas em preto e branco, e algum esmalte colorido que toque as teclas. O mundo se coloriu pro poeta. Que parou de cortar  a pele por dor e se marca por arte.

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