29 de mar. de 2012

Os olhos do poeta brilha com um novo presente, afiado. O cabo de madrepérola e lâmina escurecida. O metal se mancha de branco no frio do começo de outono. O vento arrepia a perna e afaga o cabelo amarrado. Os nós nos cabelos e a faca estendida na mesa, criam um cenário de pavor quase poético. Ao cair da noite a parte branca da lâmina continua a correr no sangue quente, que ferve ainda mais.
O brilho sem vida e pulsante das pupilas dilatadas do poeta, procuram em meio a desespero por sua musa, seu sangue que pinga já não sabe se do punho ou do nariz. Nenhum nem outro, o dedo queimado foi furado pela ponta da faca.
Visões de futuro distorcidas sobre o presente, embaçada por lagrimas e afagada no vento. Um ombro branco. Um sorriso cálido, calmo. Poesia em sua essência nos braços da musa, sua própria poesia, transloucada de amor.

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