4 de out. de 2013

Um pé de vento arromba a janela da sala. A estrela d'água enche o comodo de cores e reflexos. O Poeta se levanta, mas não fecha. Abre um livro grosso e os pelos do corpo se arrepiam. Um novo personagem que o fascina. Ainda sem cheiro ou forma física o vento vai transformando e modificando. Ele voa e se perde no tempo, brincando com a gata ou vendo o sol girar em torno dele mesmo. O corpo entorpecido, como de costume, procura um gole de chá. Do lado da maquina de escrever a caneca já esta vazia. No fogão a chaleira grita anunciando o novo chá. Ele corre de volta para a janela, o longo cachimbo entre os dedos. Intrigado continua a ler o livro e caçar ligações. Enfim em outra rajada de vento, o som das teclas do piano assobiam atrás dele. Novos rumos e murros na maquina e um novo monte de papel se forma sobre a mesa.
Sem se anunciar o vento carrega uma das folhas, Ele a deixa ir. Esperando que os versos tomem seu destino.

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